Técnico em hemoterapia: o que faz e como é o mercado de trabalho

Da coleta à transfusão, saiba mais sobre as funções do técnico em hemoterapia e as possibilidades de atuação nessa área.

Imagem: profissional técnica em hemoterapia retira um tubo com sangue coletado para fazer a análise do material.

Você já parou para pensar no caminho que uma bolsa de sangue percorre até chegar a quem precisa?

A doação salva vidas todos os dias, mas, para que isso aconteça, existe um profissional que exerce um trabalho cuidadoso por trás de cada uma das suas etapas, do cadastro do paciente à transfusão: o técnico em hemoterapia.

Se você tem interesse por análises laboratoriais, gosta da área da saúde e não tem problema em lidar com sangue, essa pode ser a profissão certa para você.

Neste conteúdo, vamos explicar o que é hemoterapia, o que faz um técnico nessa área, onde pode atuar, quais são as habilidades mais importantes e como se preparar para essa carreira com grande potencial. 

O que faz um técnico em hemoterapia? 


A pessoa técnica em hemoterapia pode atuar em todas as etapas do chamado ciclo produtivo do sangue, desde a captação de doadores até a transfusão. Esse processo engloba diferentes atividades, como: 

  • triagem clínica e laboratorial; 

  • coleta de sangue; 

  • realização de exames sorológicos e imuno-hematológicos; 

  • compatibilização entre doador e receptor; 

  • armazenamento adequado do material. 

Cada uma dessas fases exige atenção aos detalhes, senso de responsabilidade e domínio técnico. Afinal, é um trabalho diretamente relacionado à vida dos pacientes.

Além disso, a pessoa técnica em hemoterapia também pode colaborar na gestão da qualidade dos processos e atuar em projetos de pesquisa e inovação tecnológica, especialmente nas áreas de terapia celular e biotecnologia. Ou seja, é uma profissão com múltiplas possibilidades. 

O que é hemoterapia? 

A hemoterapia é um tratamento médico que utiliza os componentes do sangue humano de forma terapêutica. Seu objetivo principal é tratar ou prevenir distúrbios relacionados à coagulação sanguínea, hemorragias e anemias provocadas por diferentes doenças.

Este procedimento está relacionado à reposição ou remoção de elementos do sangue, com o uso de técnicas como a transfusão sanguínea. A hemoterapia é indicada em diversas situações clínicas, incluindo: 

  • Tratamento de doenças hematológicas: como anemias e distúrbios da coagulação sanguínea; 
  • Procedimentos cirúrgicos: em que a reposição de sangue pode ser necessária; 
  • Tratamentos de quimioterapia: que podem causar perda de sangue e enfraquecimento do sistema imunológico; 
  • Doações de sangue e sangrias terapêuticas: como parte do processo de tratamento para pacientes que necessitam de reposição sanguínea. 

Em todas essas situações, a reposição dos hemocomponentes é fundamental, pois não existem alternativas que possam substituir o sangue humano. 

 

Imagem: uma mulher sentada no sofá doa sangue enquanto sorri e olha para a tela de seu celular.
Quem trabalha com hemoterapia costuma estar em contato com pessoas doadoras de sangue.

Principais atividades do técnico em hemoterapia 

A atuação de um técnico em hemoterapia acontece, em geral, em serviços de hemoterapia e bancos de sangue, onde cada etapa do processo deve seguir protocolos rigorosos de qualidade e segurança.

Ao longo do dia, essa pessoa pode lidar com diferentes situações, como: 

  • realizar entrevistas com doadores, garantindo que estejam aptos a doar; 
  • preparar os materiais e ambientes para a coleta; 
  • manusear amostras e realizar exames laboratoriais; 
  • verificar a compatibilidade entre doador e receptor; 
  • registrar informações nos sistemas de controle e preencher documentos; 
  • auxiliar em casos de transfusão, prestando apoio à equipe responsável. 

A rotina também pode incluir atividades administrativas, controle de estoque de hemocomponentes e, em alguns casos, ações de educação em saúde e captação de doadores voluntários. 

Mercado de trabalho e oportunidades 

O campo da hemoterapia oferece diferentes oportunidades de atuação, especialmente em hospitais, hemocentros, laboratórios de análises clínicas, clínicas especializadas em hematologia e instituições de pesquisa.

De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil conta com pelo menos 36 hemocentros públicos, sendo dez só no estado de São Paulo. Instituições como a Fundação Pró-Sangue e o Hospital das Clínicas da USP são referências nacionais na área, movimentando um grande volume de coletas e transfusões e demandando profissionais qualificados para manter os serviços em pleno funcionamento.

Além dos locais tradicionais, também é possível trabalhar em bancos de sangue privados, centros de biotecnologia, bancos de cordão umbilical e de medula óssea, assim como em empresas que atuam com desenvolvimento de tecnologias para a saúde. 

Perspectivas futuras na hemoterapia 

Assim como toda a área da saúde, a hemoterapia está em constante atualização. Novas técnicas, protocolos mais seguros e avanços em biotecnologia estão sempre sendo integrados à rotina de profissionais dessa especialidade.

Um exemplo disso é o uso de tecnologias como citometria de fluxo, genômica e proteômica, que tem permitido diagnósticos mais precisos e rápidos de doenças hematológicas, como leucemias e linfomas.

Para um técnico em hemoterapia, acompanhar essas mudanças não é só um diferencial, mas uma necessidade. Estar atento às tendências, inovações e boas práticas do setor é essencial para aproveitar todos os benefícios das tecnologias em saúde, prezando pela segurança dos pacientes e a qualidade dos procedimentos.

Além disso, fatores como o aumento da longevidade da população e os avanços nos tratamentos contra o câncer contribuem para a crescente demanda por transfusões de sangue e hemoderivados, reforçando a importância desse trabalho e as oportunidades futuras na área. 

 

Imagem: técnico em hemoterapia analisa o rótulo de uma bolsa de sangue tipo B+ no laboratório.
Facilidade para lidar com materiais como o sangue é essencial no dia a dia de técnicos em hemoterapia.

Dicas para ingressar na carreira 

Se você deseja trabalhar como técnico em hemoterapia, determinadas atitudes podem te ajudar a ser um profissional de destaque. Confira algumas dicas: 

  • Experiência prática é essencial: busque estágios, experiências em laboratórios ou centros de coleta de sangue para adquirir prática na execução das técnicas e procedimentos aprendidos no curso; 
     
  • Fortaleça seu conhecimento em áreas correlatas: além dos conhecimentos técnicos de hemoterapia, é interessante também se aprofundar em áreas complementares, como hematologia, imunologia e microbiologia. Ter uma compreensão ampla dessas áreas contribuirá para um melhor desempenho durante o trabalho; 
     
  • Esteja preparado para trabalhar sob pressão: no ambiente da hemoterapia, você pode se deparar com situações de urgência, como transfusões emergenciais. Saber manter a calma e tomar decisões rápidas são habilidades imprescindíveis para o sucesso na profissão; 
     
  • Esteja atento aos avanços tecnológicos: como notamos acima, a biotecnologia e os avanços em terapia celular têm mudado rapidamente o campo da hemoterapia. Acompanhe os desenvolvimentos nessas áreas para se antecipar às mudanças e adaptar-se aos novos procedimentos e tratamentos que venham surgir. 

Formação e qualificações necessárias 

Para quem deseja ingressar na área de hemoterapia, investir em um curso técnico é o primeiro passo. Essa formação prepara os alunos para lidarem com as diversas situações que surgem no dia a dia da profissão.

Durante o curso, são desenvolvidas habilidades técnicas fundamentais para o bom desempenho no trabalho. Conheça algumas delas: 

  • operação de equipamentos sorológicos; 
  • aferição de sinais vitais e medidas antropométricas; 
  • descarte adequado de resíduos; 
  • preenchimento de documentos, relatórios e protocolos; 
  • biossegurança na coleta de doadores; 
  • conhecimentos em primeiros socorros. 

Além das competências técnicas, profissionais da área de hemoterapia também precisam desenvolver habilidades comportamentais, para garantir um atendimento de qualidade e uma atuação ética e humanizada.

A começar pela comunicação assertiva, que é essencial para orientar e sensibilizar doadores, esclarecer dúvidas e transmitir segurança durante os procedimentos. A forma como o profissional se comunica pode impactar diretamente na experiência do doador e na confiança depositada no atendimento.

Outro aspecto importante é o trabalho em equipe. O técnico em hemoterapia atua em conjunto com outros profissionais da saúde, como médicos hematologistas, biomédicos, bioquímicos, enfermeiros e o profissional farmacêutico. É preciso saber colaborar, respeitar o papel de cada integrante e manter uma postura ética e responsável. 

Confira outras atitudes importantes para um técnico em hemoterapia: 

  • comprometimento com o atendimento humanizado; 
  • proatividade e antecipação de problemas; 
  • empatia e cordialidade; 
  • sigilo profissional. 

Com o conhecimento técnico adquirido e o desenvolvimento das habilidades comportamentais, o profissional estará preparado para trabalhar na área da hemoterapia e ajudar a salvar vidas.

E aí, gostou de saber mais sobre o trabalho com hemoterapia? Conheça o curso técnico em hemoterapia do Senac São Paulo e inscreva-se! 

BARRA DE PROGRESSO - FINAL DO CONTEÚDO

Colaboração:
https://www.sp.senac.br/documents/51828463/0/Patricia-Maria-Canin.jpg/18dc9df6-0fc7-e2dd-79a6-3a004dbab3c7?version=1.0&t=1760362122919&imagePreview=1
Patricia Maria Canin
técnica da área de Saúde no Senac Tiradentes
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