A chegada da inteligência artificial tem movimentado muitos segmentos do mercado, e não é diferente na educação. Embora seja recebida com certa desconfiança, a presença da inteligência artificial na educação traz muitos benefícios - e desafios - para os processos de ensino e aprendizagem.
Quando o tópico é educação, as ferramentas de IAG (inteligência artificial generativa) podem auxiliar estudantes e professores em diferentes atividades, gerando novas oportunidades de interação, aprendizagem e integração em sala de aula.
Mas, engana-se quem pensa que a inteligência artificial é uma novidade, afinal, ela está presente no nosso cotidiano há mais tempo do que se imagina. Um bom exemplo são os aplicativos de atualização de trânsito em tempo real, como Waze e Google Maps, que usam algoritmos de IA para funcionar.
A diferença entre a tecnologia utilizada em aplicativos de trânsito e as ferramentas de IA recentemente popularizadas, como o ChatGPT e o Copilot, é a sua função generativa.
Isto é, os resultados gerados via interação entre o usuário e a ferramenta chamam a atenção pela sua rapidez e naturalidade - fatores que podem despertar a desconfiança de muita gente.
Mas esse é só o começo da conversa. Se você quer saber mais sobre o assunto, continue a leitura e conheça as transformações que o uso da inteligência artificial pode promover na educação!
O impacto da inteligência artificial na educação
Já deu para perceber que as ferramentas de IAG chegaram para revolucionar a forma como consultamos informações, criamos conteúdo e interagimos com a tecnologia, não é mesmo? Por outro lado, embora já existam muitas possibilidades de utilizá-la, sua chegada na educação ainda é tímida.
Segundo uma pesquisa do Instituto Semesp (representante das mantenedoras brasileiras do ensino superior), realizada com professores da rede pública e privada do ensino superior, apenas 39,2% utilizam a inteligência artificial em sala de aula. Outros 74,8% desses profissionais já concordam em adotar a IA como recurso pedagógico.

Desafios do uso de inteligência artificial na educação
As preocupações relacionadas ao uso da IA na educação não surgiram à toa. Afinal, são muitos os desafios enfrentados no ambiente escolar. E o maior deles está relacionado a possibilidade de estudantes deixarem de realizar suas atividades com autonomia, transferindo sua responsabilidade para as ferramentas de IAG.
Embora essa seja a questão mais grave entre as preocupações, ela não é a única. A dificuldade de identificar conteúdos criados por IA de criações humanas também surge como uma preocupação frequente.
Outra questão é o quanto a ausência de repertório acadêmico e cultural pode dificultar a interpretação das respostas da ferramenta, assim como impedir a identificação de respostas confiáveis geradas pela IAG.
Utilizar ferramentas para fazer pesquisas, realizar análises e sínteses ou gerar novos conteúdos e propostas, tendo apenas a IA como fonte pode resultar em informações que nem sempre são verídicas ou precisas.
Logo, é fundamental que estudantes e professores entendam a importância de checar os dados obtidos para não acessarem bases de conhecimento incorretas ou imprecisas, o que prejudica o processo de aprendizagem.
Para os professores, aliás, essa é uma possibilidade de fortalecer a discussão sobre direitos autorais de produções realizadas via ferramentas de IAG, sejam em formato de texto, áudio ou imagem, conscientizando estudantes sobre a importância de exercitarem sua autoria e o desenvolvimento do pensamento crítico.
Mas não se trata apenas da checagem de veracidade das informações. Outra preocupação comum está relacionada à possível limitação do desenvolvimento de habilidades cognitivas que o uso excessivo de ferramentas de IA pode ocasionar, especialmente quando estudantes confiam toda a criação e articulação de ideias aos algoritmos.
A segurança da informação é um tópico fundamental quando o assunto é inteligência artificial. Isso porque todos os dados cedidos para as ferramentas desse tipo são utilizados para alimentar a base de dados da empresa responsável pela ferramenta. |
Benefícios da inteligência artificial na educação
Apesar dos desafios enfrentados com a IA na educação, já existem experiências que utilizam as ferramentas de IAG de forma consciente e inovadora. Ou seja, que responde aos desafios do momento atual, no qual essa tecnologia cada vez mais presente no cotidiano e no trabalho.
É importante que professores estejam familiarizados com as ferramentas de IA para que entendam como elas podem ajudar em seu trabalho, seja para o planejamento de aulas, para a produção de recursos ou mesmo para acompanhar estudantes durante seu processo de aprendizagem.

Indicações de como usar ferramentas de inteligência artificial na educação
Na educação, as ferramentas de IAG podem ser utilizadas para gerar novas formas de expressar ideias, resolver problemas e exercitar a criatividade. Confira, a seguir, alguns exemplos:
Pesquisar e resolver problemas
Estudantes podem utilizar o ChatGPT para encontrar informações sobre um projeto de pesquisa ou para desenvolver um plano de ação sobre uma demanda específica.
Reproduzir e interpretar dados
Um grupo de estudantes pode usar o Copilot para explorar um conjunto de dados ou criar um modelo para prever o comportamento de um sistema, explorando suas possibilidades de ação.
Autoaprendizagem
Outra forma possível de usar a IAG na educação é contar com o ChatGPT para revisar um conceito estudado em aula ou para elaborar um plano de estudo sobre um novo tema.
Construção de argumento
Ferramentas como ChatGPT, Copilot, Gemini e Firefly também podem funcionar como interlocutoras no desenvolvimento de um argumento, é o caso de estudantes que desejam se preparar para um debate, por exemplo.
A partir dessas práticas, é possível compreender que no uso das ferramentas de IA é importante considerar:
- contextualização de informações;
- necessidade de especificação;
- conhecimento básico do tema questionado;
- importância da revisão.
Embora sejam muito úteis, é importante compreender que nenhuma resposta obtida pela interação com as ferramentas de IAG deve ser encarada como uma informação absolutamente verdadeira.
Todos os resultados exibidos devem ser verificados. Para isso, é preciso consultar fontes confiáveis, como professores especialistas na área ou até mesmo checando as informações diretamente em sites especializados.
Desta forma, os professores seguem cumprindo um papel essencial em sala de aula, atuando como mediadores e agentes de aprendizagem. Isto é, criando desafios a serem solucionados com uso da IA e apoiando a execução para o uso consciente dessas tecnologias, ajudando estudantes a identificar a pertinência e o contexto das soluções obtidas via interação com a ferramenta, seja no contexto escolar ou não.
Não para por aí. Além de ajudar a organizar as aulas, os professores têm outras possibilidades de apoio a partir do uso dessa tecnologia. Conheça alguns exemplos:
- as ferramentas de IA podem ser bem úteis a professores que dão aula para estudantes com algum tipo de deficiência, propondo formas de adaptação de conteúdo ou trazendo novas abordagens inclusivas;
- também é possível utilizar IA nas atividades propostas em sala de aula. Essa é uma boa oportunidade para incentivar que estudantes exercitem o pensamento crítico e a capacidade de fazer boas perguntas;
- outra possibilidade é utilizar essas ferramentas para organizar os recursos didáticos de atividades que serão utilizadas em sala de aula (organização de temas, diagramação de textos, avaliações, tabelas etc).
O presente e o futuro com inteligência artificial
Para desmistificar a sensação de ameaça despertada pela inteligência artificial, especialistas da área lembram que as ferramentas de IA generativa são desenvolvidas por pessoas. Ou seja, não se trata de uma máquina autônoma, mas sim de um mecanismo desenvolvido e alimentado via interações humanas.
Ao incluir as ferramentas de inteligência artificial na educação, estudantes e professores tem uma nova oportunidade de ampliar o desenvolvimento das atividades em sala de aula, além de colocarem em prática a inovação para a construção de novos projetos.
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