O que faz um técnico em segurança cibernética?

Conheça as funções, habilidades e oportunidades para quem atua na área de cibersegurança.

Imagem: analista de segurança cibernética está sentada em sua mesa onde utiliza um notebook e um monitor extra para conduzir suas atividades.

Vivemos em um mundo cada vez mais conectado. Empresas, governos, escolas, bancos e pessoas utilizam a internet o tempo todo e essa digitalização exige um cuidado especial com a proteção de dados e sistemas.

É nesse cenário que surge o técnico em segurança cibernética, responsável por prevenir ataques, identificar vulnerabilidades e garantir a integridade das informações em ambientes virtuais.

A demanda por esses especialistas cresceu junto ao aumento das ameaças digitais. Segundo a Fortinet, o Brasil sofreu mais de 356 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos apenas em 2024.

Se você se interessa por tecnologia, gosta de resolver problemas e quer trabalhar em um setor em constante evolução, a área de segurança cibernética pode ser para você. Neste post, explicamos o que faz o técnico em segurança cibernética, como está o mercado e como se preparar para atuar com segurança digital. 

O que faz um técnico em segurança cibernética? 


O técnico em segurança cibernética é o profissional responsável por proteger sistemas computacionais contra acessos indevidos, vazamentos de informação, fraudes e outros tipos de ameaças digitais. Ele atua em todas as etapas da segurança, desde a prevenção até a resposta a incidentes, sempre com foco na proteção de dados e na continuidade das operações. 

Principais funções do técnico em segurança cibernética: 

  • identificar vulnerabilidades em redes, servidores, aplicações e dispositivos; 
  • implementar medidas de proteção, como firewalls, criptografia e autenticação multifator; 
  • apoiar na criação de políticas e procedimentos de segurança; 
  • responder a incidentes e propor ações corretivas; 
  • realizar testes de intrusão (pentest) e simulações de ataques; 
  • educar usuários sobre boas práticas de segurança digital. 

Além disso, técnicos da área podem colaborar com equipes de TI, auditores e gestores para garantir que a empresa esteja em conformidade com a legislação vigente, como a Lei Geral de Proteção de Dados - LGPD

O que é segurança cibernética? 

Segurança cibernética, ou cibersegurança, é uma das áreas de atuação do profissional de TI e corresponde ao conjunto de práticas, tecnologias e processos usados para proteger dispositivos, redes e dados contra acessos não autorizados, ataques maliciosos e danos intencionais ou acidentais.

Dentro dela, existem diferentes frentes de atuação, como: 

  • segurança de rede: proteção da infraestrutura de comunicação contra invasões e falhas; 
     
  • segurança de endpoint: proteção de dispositivos como computadores, celulares e servidores; 
     
  • segurança de aplicações: prevenção de falhas em sistemas e softwares; 
     
  • segurança de dados: controle sobre o acesso, armazenamento e uso de informações sensíveis. 

Na prática, a segurança cibernética busca garantir três pilares: confidencialidade, integridade e disponibilidade das informações. Para se ter ideia da dimensão do desafio, o Brasil ocupa hoje o segundo lugar no ranking mundial de ataques cibernéticos, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.

Segundo o levantamento "Panorama de Ameaças para a América Latina 2024", foram mais de 700 milhões de tentativas de ataques registradas em 12 meses, ou seja, 1.379 por minuto. Os dados evidenciam a urgência de investir em profissionais preparados para proteger o ambiente digital. 

 

Imagem: o dedo em riste de uma mão aponta para cadeados desenhados em ondas na tela.
No Brasil, a LGPD é uma grande aliada no trabalho do analista de segurança cibernética.

Como é o mercado de trabalho para o técnico em segurança cibernética? 

O mercado de segurança cibernética no Brasil está em crescimento, impulsionado pela digitalização de processos, exigências legais como a LGPD e a sofisticação dos ataques virtuais.

Essa demanda crescente é impulsionada pela necessidade das empresas em proteger dados sensíveis, evitar prejuízos e cumprir regulamentações. É possível encontrar espaço de atuação profissional em organizações públicas, privadas e do terceiro setor, de todos os segmentos da economia, por meio da prestação de serviços autônomos, temporários ou do contrato efetivo.

Entre os locais mais comuns de atuação estão: 

  • instituições financeiras e fintechs; 
  • hospitais e operadoras de saúde; 
  • órgãos governamentais e repartições públicas; 
  • plataformas de e-commerce e marketplaces; 
  • provedores de serviços em nuvem; 
  • empresas que operam Centros de Operações de Segurança (SOCs); 
  • prestadoras de serviços gerenciados de segurança (MSS). 

Com experiência na área, o técnico pode se especializar em áreas como: resposta a incidentes, análise forense, segurança da informação com criptografia ou se tornar um DPO (Data Protection Officer) - responsável por garantir a conformidade com a LGPD em organizações públicas e privadas. 

Qual é o perfil do técnico em segurança cibernética? 

Para atuar na área de segurança cibernética, não basta dominar ferramentas e tecnologias. Profissionais da área precisam ter uma visão estratégica, humana e atualizada, capaz de proteger dados, sistemas e pessoas de forma integrada e eficiente.

Por isso, esse perfil depende tanto de habilidades técnicas, como conhecimento de algoritmos e servidores, quanto competências comportamentais, como comunicação assertiva e senso de responsabilidade. Afinal, o elo mais vulnerável da segurança digital são as próprias pessoas. 

Capacidade técnica e pensamento estratégico 

O técnico em segurança cibernética deve ser capaz de desenvolver soluções para proteger as informações da empresa. Isso inclui: 

  • estruturar servidores seguros, usando algoritmos de programação; 
     
  • simular ataques cibernéticos, assumindo o ponto de vista do invasor, para identificar vulnerabilidades; 
     
  • dominar fundamentos de legislação internacional, especialmente no que diz respeito a crimes cibernéticos; 
     
  • aplicar técnicas de perícia forense, para investigar incidentes e garantir a integridade e a legalidade das informações. 

Essas competências demandam estudo contínuo, já que o cenário da cibersegurança se transforma o tempo todo. Por isso, é essencial que profissionais da área mantenham-se em constante atualização, acompanhando mudanças tecnológicas, novas ameaças e exigências legais. 

Postura profissional e habilidades humanas 

Outro aspecto que deve ser considerado por quem deseja seguir carreira na área é a atuação preventiva e educativa dentro das organizações. É preciso se preparar para orientar equipes e lideranças sobre boas práticas, políticas de uso de dados e medidas de proteção digital.

Nesse sentido, destacam-se entre as habilidades comportamentais: 

  • discrição e sigilo no tratamento de dados sensíveis; 

  • zelo pela integridade e segurança das informações; 

  • comunicação clara, respeitosa e assertiva; 

  • capacidade de mediar conflitos e resolver problemas com equilíbrio; 

  • colaboração ativa com colegas e setores diversos. 

Qual é a diferença entre cibersegurança e segurança da informação? 

É comum que as pessoas confundam os termos "cibersegurança" e "segurança da informação". Embora sejam usados de forma parecida, eles não significam exatamente a mesma coisa.

Segurança da informação é o conceito mais amplo. Refere-se à proteção de todas as informações de uma organização, estejam elas em formato digital ou físico. Inclui políticas, controles e normas para garantir confidencialidade, integridade e disponibilidade dos dados.

Cibersegurança é uma parte da segurança da informação focada especificamente na proteção de ambientes digitais, como redes, sistemas, bancos de dados e dispositivos conectados à internet.

Ou seja: toda cibersegurança faz parte da segurança da informação, mas a segurança da informação não se limita à cibersegurança. No dia a dia, profissionais das duas áreas costumam trabalhar em conjunto para garantir a proteção integral. 

 

Imagem: um analista em segurança cibernética aparece sentado em sua mesa de trabalho, onde uma tela é exibe códigos de programação enquanto ele se vira e olha para trás segurando seus óculos nas mãos.
Profissionais analistas de segurança cibernética têm futuro promissor na área.

Qual é o salário médio do técnico em segurança cibernética? 

A área de segurança cibernética é uma das mais bem remuneradas do setor de tecnologia. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Tecnologia da Informação do Estado de São Paulo (SINDPD), os ganhos para profissionais de cibersegurança variam, em média, de 4 a 15 salários-mínimos, dependendo da sua função.

O setor oferece excelente retorno financeiro mesmo para quem está no início da carreira. Segundo dados do Guia Salarial 2025 da Robert Half, compartilhado pelo sindicato, um analista de segurança júnior pode chegar a ganhar 6,7 salários-mínimos.

A depender do seu percurso, profissionais da área também podem assumir posições estratégicas, como a coordenação de segurança da informação, com ganhos de até 15,6 salários-mínimos. 

Como é a formação técnica em segurança cibernética? 

O curso técnico em segurança cibernética tem duração média de um ano e meio e é voltado para quem já concluiu ou está cursando o ensino médio. A formação une teoria, exercícios práticos e simulações de situações reais.

Entre os conteúdos abordados, estão: 

  • Fundamentos de redes e protocolos; 
  • Sistemas operacionais e servidores; 
  • Arquiteturas de segurança; 
  • Ferramentas de monitoramento e análise; 
  • Gestão de riscos e políticas de segurança; 
  • Simulação de ataques e defesas (red team e blue team); 
  • Ética, legislação e LGPD. 

Durante o curso, os estudantes desenvolvem projetos práticos, aprendem a usar ferramentas do mercado e se preparam para obter certificações profissionais reconhecidas, como CompTIA Security+ e a Cisco CyberOps.

Ao concluir a formação, pessoas técnicas na área estão aptas a atuar no mercado ou seguir estudando, buscando especializações e formação superior em áreas como ciência da computação, engenharia de software ou gestão da tecnologia da informação.

Quer entrar para uma das áreas mais promissoras do mundo digital? Conheça o curso técnico em segurança cibernética do Senac São Paulo e inscreva-se! 

BARRA DE PROGRESSO - FINAL DO CONTEÚDO

Colaboração:
https://www.sp.senac.br/documents/51828463/0/Roberto+Olivieira+Rocha.jpg/cf2a4275-7204-fcb6-5a08-ac6d68cf2896?version=1.0&t=1756151861202&imagePreview=1
Roberto Oliveira Rocha
docente da área de Tecnologia da Informação no Senac Sorocaba.
Ir ao topo