Foto: arquivo pessoal
A história da Cleusa Ribeiro Barbosa Borges lembra aqueles filmes que mostram a protagonista eufórica se realizando da vida, começando no emprego tão esperado.
Mas no dia seguinte, um fato novo muda tudo, e o sonho precisa ser adiado por 30 anos.
Parece um drama, mas para a Cleusa, que passou por algo parecido, não foi. Ela nunca ficou amargurada pelas reviravoltas e tantos desafios que precisou enfrentar na sua vida.
Ao contrário, lembra de tudo com aceitação, agradecendo o aprendizado. Teve paciência para esperar e certeza de que tudo aconteceu na hora certa.
Como, por exemplo, a realização do sonho de abrir o próprio espaço de estética e massagem, o Cleusa Borges Terapeuta, no bairro da Penha, em São Paulo, após a aposentadoria aos 50 anos.
"Demorou, mas eu sabia que algum dia montaria alguma coisa em estética."
Cleusa é uma pessoa muito especial para a nossa instituição. Foi aluna da turma que se formou no primeiro curso de Técnico em Estética do Senac Tatuapé, em 1994.
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Na época, quase deixou de fazer o curso por causa do preço: era caro para a sua condição. Mas não foi um limitador, o marido achou que era uma boa oportunidade. E valeu a pena.
Cleusa conheceu o Senac um pouco antes, quando fez Maquiagem, um curso de curta duração, para se aperfeiçoar porque era consultora de vendas da Natura.
Era mais uma fonte de renda, para completar o salário que recebia na escola pública, onde trabalhava como professora comissionada, emprego que conseguiu depois que terminou o Técnico em Magistério.
Assim que se formou em 1994, no Senac Tatuapé, foi convidada para trabalhar em um salão de beleza como esteticista e maquiadora.
Esse era o sonho da Cleusa, que começava a se concretizar, mas que logo foi engavetado ao saber da gravidez. E a recomendação médica, no caso dela, não permitia que trabalhasse muito tempo em pé.
Foco e determinação
A linha do tempo da trajetória da Cleusa é cheia de idas e vindas, mas ela nunca perdeu o foco e a determinação. Aprendeu que o trabalho faria parte da sua vida desde cedo.
Aos 14 anos, precisou ajudar em casa. Sua mãe era dona de casa e fazia cocada para dois, dos seis irmãos, venderem o doce na estrada de trem Parada 15 de Novembro, em Itaquera, em São Paulo, onde morava com a família. O pai era metalúrgico.
Antes de se casar, trabalhou em muitos lugares, como ajudante de costureira, manicure, em escolinha particular, locadora, na metalúrgica onde o seu pai trabalhava etc.
Tentou fazer faculdade de pedagogia por um tempo, mas trancou porque não conseguiu pagar. Era bem puxado:
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Até que chegou o momento da Cleusa se casar e a sua vida melhorar financeiramente.
Só mais tarde, conseguiu concluir a faculdade de pedagogia, ser efetivada, passar em concursos, seguir o plano de carreira e, depois de 32 anos, se aposentar na educação, que deu uma segurança para construir tudo o que tem hoje.
Imediatamente, resgatou da gavetinha o desejo de retomar a profissão de esteticista e maquiadora deixado de lado em 1994. Foi treinando aos poucos com pessoas amigas e da família antes de voltar a atender. Percebeu que ainda estava bem afiada.
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Cleusa colocou a beleza de volta na sua vida, e, dessa vez, para sempre. Entre o Senac Tatuapé e Senac Aclimação, fez cursos complementares, como Aromaterapia, Drenagem Corporal, Terapia Holística etc.
Momento desafiador
O grande momento aconteceu em 2019, quando abriu o próprio negócio antes da pandemia, em sociedade com uma amiga. Mas como boa parte do mercado, foi surpreendida pelo caos da epidemia e pela saída da sócia logo em seguida. Um período difícil.
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É ou não é uma história de muita persistência? Amor pela profissão? Cleusa prefere dizer que a sua determinação se explica pela vontade em ajudar as pessoas. Consegue, inclusive, fazer total conexão entre as duas atividades: estética e educação.
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Dessa forma, Cleusa segue traçando a sua linha do tempo e nela ainda não há nenhuma data para se aposentaria.
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Verdade absoluta. A terapeuta está no auge da profissão. Ao todo fez sete formações no Senac, no momento está cursando o Técnico em Massoterapia e já está matriculada no Massagem com Pantalas. Todos os cursos foram pagos por ela mesma.
Encara a sala de aula com tranquilidade aos seus 58 anos de idade ao lado de estudantes jovens. Acha tudo muito divertido.
Com o seu jeito acolhedor, continua se especializando para continuar cuidando das pessoas e, claro, contando a sua história.