A mesa "Ancestralidade, comunidade e escola: o papel da educação frente aos desafios globais" abriu a edição de 2021.
Participaram desse encontro o pensador, escritor, ambientalista e líder indígena Ailton Krenak e a Superintendente de Operações do Senac São Paulo, Lucila Sciotti, com mediação da coordenadora educacional no Senac São Paulo, Márcia Fragelli.
A mesa reuniu o pensador e líder indígena Ailton Krenaka e a Superintendente de Operações do Senac São Paulo, Lucila Sciotti.
Entre as muitas reflexões durante o bate-papo, Krenak reforçou que é necessário conectar a educação formal a uma dinâmica de interação e respeito à Natureza e às culturas tradicionais. Para ele, a própria ideia de educação é algo que vem de dentro, como se brotasse da terra.
Krenak é doutor honoris causa pela Universidade Federal de Juiz de Fora e compreende a educação como força coletiva, componente determinante para que a sociedade enfrente desafios com mais firmeza e sabedoria.
Ele enfatiza a importância da ancestralidade e suas conexões com a educação, tanto nas comunidades tradicionais como na contemporaneidade.
Neste sentido, é urgente que a escola, como instituição que tem em seu cerne a reflexão sobre o desenvolvimento humano, se religue à noção de ancestralidade e de respeito à diversidade cultural e de linguagens.
Do local para o global
Durante o bate-papo, Márcia Fragelli compartilhou o trabalho e a experiência do Senac Registro com as comunidades indígenas e quilombolas do Vale do Ribeira.
A unidade capacita profissionalmente pessoas desses grupos, trazendo transformações significativas para o cotidiano dessas populações a partir de uma escuta real de suas necessidades.
A mediadora reforçou a importância de se fazer uma imersão nos diversos contextos de educação e cultura.
Krenak e Lucila comentaram sobre a potência desta ação e de como ela pode - e deve- se expandir do local para o global.
Dentre muitos filósofos e autores citados, Krenak se referiu ao poeta Manoel de Barros, interessado em aprender "novas ignorâncias".
A mudança começa por dentro
Ao serem instigados por perguntas no chat sobre como resistir em um mercado de trabalho que não se adequa às noções de equidade e diversidade, tanto Krenak quanto Lucila foram taxativos em apontar que a solução passa por construir novas realidades possíveis a partir de mudanças individuais.
Lucila ponderou que é preciso se perguntar para que tipo de cultura corporativa estamos trabalhando.
Mas será possível cultivar a ancestralidade em uma sociedade que tudo mercantiliza?
Gostou? Assista ao bate-papo completo.
BARRA DE PROGRESSO - FINAL DO CONTEÚDO