Se você chegou até aqui é porque tem interesse pela formação docente, certo?
Esse foi o assunto do terceiro dia do Fórum Internacional Senac de Educadores 2022. Um time de especialistas debateu sobre o tema na mesa intitulada Formação Docente: ensinar e aprender em uma sociedade diversa e multicultural.
Participaram do encontro:
- Allyne Andrade e Silva, advogada, professora e superintendente do Fundo de Direitos Humanos do Brasil;
- Fernando José de Almeida, filósofo, pedagogo, professor de pós-graduação em Educação com pesquisas no uso das tecnologias na aprendizagem;
- Jerá Guarani, pedagoga, agricultora, escritora e liderança Guarani Mbyá da Terra Indígena Tenondé Porã, no extremo sul de São Paulo.
A mediação da conversa ficou por conta de Eliane Baltazar Godoi, gerente do Senac Votuporanga. No texto abaixo, destacamos trechos desta conversa.
Aprender e ensinar na sociedade diversa e multicultural
Afinal, quem é o Brasil?
Para Fernando José de Almeida, o país precisa reconhecer a diversidade do povo como um valor. E isso está diretamente ligado à formação de docentes.
Além disso, o filósofo destacou o protagonismo da escola na consolidação de uma sociedade cidadã, até por isso, questiona a eficácia da educação domiciliar.
Na família está o afeto. Na escola, embora ele também exista, há a função social de apresentar as ciências, as artes e demais campos do conhecimento.
A escola entra em um universo simbólico que a família não acessa. E isso precisa estar no projeto de nação que falta ao Brasil.
Pactos na educação
Já a convidada Allyne Andrade e Silva deu ênfase ao papel das políticas públicas na formação de docentes. Mencionou, também, que a diversidade sociocultural está na base das diretrizes educacionais do Brasil.
Segundo a professora, é preciso fortalecer o pacto civilizatório para que exista uma educação que prepara para a diversidade. Em especial, ao ensino da história e da cultura afro-brasileira e indígena.
Conhecer para entender, respeitar e difundir
Durante as contribuições para o debate, Jerá lembrou aos presentes que, embora o Brasil seja um país diverso, a história e a cultura dos povos indígenas não são marcantes na formação da sociedade.
Por isso, espaços de debates são tão importantes para que a troca de conhecimentos aconteça e ajude a mudar realidades.
Fernando de Almeida aproveitou a oportunidade para questionar Jerá sobre a possibilidade de uma única língua em todo o território brasileiro.
O filósofo comentou que não é o pensamento que forma língua, mas a língua é a formadora do pensamento. Também de valores, e isso poderia estar na formação de professores como princípio de cidadania.
Para Jerá, uma língua única seria um fator de aproximação, e traria um melhor entendimento sobre as intenções genuínas das aldeias em proteger as matas.
Gostou do tema?
Assista ao encontro na íntegra e confira mais reflexões que sugiram a partir dessas e de outras falas!
Assista ao vídeo completo do encontro!
BARRA DE PROGRESSO - FINAL DO CONTEÚDO