O papel da educação profissional na formação para o mundo do trabalho

No segundo dia do Fórum 2024, palestrantes analisaram temas da formação para o mercado até a importância da arte na transformação de jovens.

Mesa-redonda com quatro pessoas (dois homens e uma mulher) sentados em cadeiras no palco do 5º Fórum Internacional Senac de Educadores. Ao fundo, um telão exibe o nome do evento com formas geométricas coloridas. No canto inferior direito, uma intérprete de Libras realiza tradução simultânea. O cenário possui identidade visual vibrante com tons de azul, vermelho, amarelo e laranja.

Como tem sido implantada a educação profissional no Brasil? Os debates em torno de uma formação integrada, que vá além das exigências imediatas do mercado de trabalho, revelaram um impasse histórico na construção de políticas educacionais mais amplas e inclusivas.

Os participantes do 5º Fórum Internacional Senac de Educadores (2024) concluíram a urgência de se evoluir para uma formação que promova a consciência crítica e a dignidade humana nos ambientes escolares. Abordaram, ainda, a arte, a cultura, o acolhimento e a escuta como ferramentas fundamentais nesse processo.

Ficou evidente também a importância da universalização do conhecimento, da valorização da dimensão humana e da qualidade da educação, sem discriminação social.

Foi reforçada a necessidade de uma mobilização da sociedade civil, das instituições de ensino e do setor público para realmente se construir um futuro mais justo e equitativo. 

Participaram dessa mesa: 

César Nunes, professor titular da Faculdade de Educação, na área de Filosofia e Educação na UNICAMP, mestre e doutor em Educação. Presidente da Associação Brasileira de Educação e Saúde (ABRADES) e coordenador do Grupo de Estudos e Pesquisas em Filosofia e Educação PAIDEIA.

Carmen Sylvia Vidigal¿Moraes, graduada em Psicologia pela USP, mestra em Educação e doutora em Sociologia pela mesma universidade; suas pesquisas são voltadas para a área de educação e trabalho.

Gringo Cardia, diretor de arte, artista visual, cenógrafo, figurinista, artista plástico e consultor artístico, diretor de videoclipes e diretor da escola de arte e tecnologia (Escola Spectaculu), no Rio de Janeiro, para jovens de 17 a 21 anos, da rede pública de ensino. 

Mediação: 

João Carlos Goia, graduado em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo, pós-graduado em Criação de Imagem e Som em Meios Eletrônicos, mestre em educação e diretor escolar do Senac Piracicaba. 

Educação para a dignidade humana 

Entre tantos desafios existentes - desigualdade social e econômica, mudança climática, tecnologia e desinformação e transformações na estrutura familiar -, César elencou outros referentes à existência da humanidade.

Em sua fala, o professor criticou, por exemplo, a ideia de que a escola deva apenas servir ao mercado de trabalho. Lembrando ao público que a sua função é a de servir a sociedade civil, proporcionando dignidade humana e pacto social.

Além disso, resgatou a menção do educador Anísio Teixeira de que "a escola é a maior invenção da humanidade", para enfatizar e defender sua visão de que a educação tem o papel humanizador e transformador. 
 


Histórico da educação profissional 

Durante sua fala, a professora Carmen contextualizou historicamente momentos importantes no desenvolvimento da educação integrada. Apontou avanços e falhas, principalmente, na reforma do ensino médio integrado.

Ainda divulgou dados relevantes sobre o mercado de trabalho no Brasil, como, por exemplo, a situação do desemprego dos jovens no primeiro trimestre de 2024: 45% dos jovens ocupados, sendo a maioria negros e mulheres, atuavam na informalidade; e a taxa de informalidade dos motoboys foi de 82% nesse período.

Na sua análise, o crescimento de postos de trabalho qualificados diminuiu e a maioria está no setor de serviços. Diante do cenário apresentado, a convidada concluiu que a educação integrada avançou muito, principalmente, por causa das mobilizações sociais; mas que atualmente houve um certo retrocesso que merece atenção. 
 


Arte como ferramenta de transformação 

Gringo compartilhou a experiência da Spectaculu, uma escola de arte e tecnologia direcionada a jovens da rede pública de ensino, que desejam trabalhar na indústria criativa.

Por meio dessa vivência, o artista mostrou como a arte e a cultura são importantes para a formação de cidadãos com consciência crítica, além de viabilizarem uma profissão possível para remunerar pessoas, especialmente jovens, e reforçarem o sentimento de pertencimento na sociedade.

Na fala do convidado fica clara a importância da sociedade civil nessa iniciativa, que colabora para a manutenção da escola. Para Gringo, não dá para esperar apenas ações governamentais para fazer alguma mudança social e econômica. 
 

 

 

Quer saber mais sobre o tema?

Acesse o conteúdo da segunda mesa do 5º Fórum Internacional Senac de Educadores 2024 e assista a conversa completa! 

 

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