A educação e os direitos humanos na formação de um projeto de sociedade

No primeiro dia do 5º Fórum, preconceitos, racismo e demais violências foram citados como alguns dos principais desafios a serem enfrentados.

Três palestrantes, dois homens e uma mulher, estão sentados em cadeiras no palco do 5º Fórum Internacional Senac de Educadores. Atrás deles, um telão colorido exibe o nome do evento com formas circulares em azul, laranja e amarelo. No canto inferior direito da imagem, uma intérprete de Libras realiza tradução simultânea. A ambientação tem design moderno com elementos visuais vibrantes.

Entre os tantos papéis que a educação necessita desempenhar, está o desafio de sustentar a construção de uma sociedade mais justa, acessível aos cidadãos de forma igualitária em todos os sentidos.  

Para que isso aconteça, é fundamental o enfrentamento dos preconceitos, do racismo e de outras violências existentes no Brasil.  

Além de cumprir metas, cabe à educação abraçar um currículo plural, antirracista, inclusivo, que valorize os direitos humanos em todo o seu processo. 

A responsabilidade dessa transformação precisa ser coletiva. Depende de políticas públicas, esforços e consciência dos professores, das escolas e de toda a sociedade. 

Essas foram as principais conclusões dos participantes da primeira mesa do 5º Fórum Internacional de Educadores 2024. Outro ponto de convergência foi a urgência de ações que resgatem a humanidade diante da barbárie presente no cotidiano brasileiro.   

Participaram dessa mesa 

Benilda Brito, mestre em Gestão Social, ativista pela educação da Rede Malala Fund e N´Zinga Coletivo de Mulheres Negras (MG), participante da Plataforma de direitos humanos (DHESCA), da Griô da Múcua Consultoria e Assessoria Interdisciplinar e do conselho deliberativo Ethos. 

Rosane Borges, jornalista, professora, escritora e palestrante nas áreas de comunicação e educação, relações raciais e de gênero. É também articulista da Revista Istoé, do Site do Itaú e consultora de fonte especializada da TV Globo. 

Selma Rocha, doutora em educação, diretora de Articulação com os Sistemas Nacionais de Ensino, Planos Decenais e Valorização dos Profissionais da Educação do MEC, ex-secretária municipal da educação em Santo André. 

Mediação  

Darlan Oliveira Rocha, bacharel em direito, doutor e mestre em Educação, Arte e História da Cultura, especialista em Gestão Avançada de Recursos Humanos. É diretor do Senac São Bernado do Campo. 

 
Necessidade de um currículo plural e antirracista   

Para Benilda Brito, os diretos humanos são precarizados e voltados apenas para uma fatia privilegiada da sociedade. Ela defendeu na sua fala a necessidade de se romper com ¿a educação colonial eurocêntrica branca e racista, que expulsa crianças da escola. 

Ainda acredita que a garantia dos direitos humanos só ocorrerá quando o currículo for mais plural, que aborde mais as culturas e histórias. E que também sejam incorporados valores como a ancestralidade, a circularidade e a ludicidade na prática pedagógica.   

Enfatiza em forma de questionamento, como a democracia pode combinar com o racismo, que não vê o próximo como semelhante?  
 


 
Educação para além das metas 

Rosane Borges trouxe as reflexões do sociólogo e comunicólogo Muniz Sodré, para criticar a redução brasileira a "bater metas". Ter somente esse foco deixa de lado o debate fundamental sobre o real objetivo da educação. 

A escola deve favorecer a cooperação, a liberdade de opinião, o respeito à pluralidade de ideias e o combate a todas as formas de preconceito e crimes como o racismo. 

Do ponto de vista da jornalista, não existe educação sem direitos humanos para todos. Ela citou a Declaração Universal dos Direitos Humanos para enfatizar sua reflexão: os direitos humanos começam com todos ou ninguém, sem exceções.     

 

 
Políticas para além das escolas  

A Constituição de 1988 foi lembrada por Selma Rocha ao estabelecer o Brasil como um estado democrático de direito fundamentado na dignidade humana. Uma determinação que está relacionada ao período de ditadura e de tradições históricas de exclusão, de promoção ao racismo e à exploração da mulher. 

Embora os direitos humanos não sejam estáveis, foram tema de muita luta social.  Selma enfatiza, ainda, que a construção de políticas eficazes não depende apenas da escola e do professor.  

Os conflitos exigem providência institucional e políticas eficazes. Selma destacou, por exemplo, que os Planos Nacionais de Educação são referências importantes, embora não resolvam tudo.  

 

 

Quer saber mais sobre o tema? 

Aproveite e acesse o conteúdo completo da primeira mesa do 5º Fórum Internacional Senac de Educadores 2024.
 

Fórum Internacional Senac de Educadores

Com edições anuais, o evento é um convite para profissionais da educação participarem de debates e rodas de conversa temáticas para refletir sobre o universo da educação. 

Não perca o 6º Fórum Internacional Senac de Educadores, de 8 a 11 de setembro de 2025. Faça a sua inscrição

 

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