Entre os tantos papéis que a educação necessita desempenhar, está o desafio de sustentar a construção de uma sociedade mais justa, acessível aos cidadãos de forma igualitária em todos os sentidos.
Para que isso aconteça, é fundamental o enfrentamento dos preconceitos, do racismo e de outras violências existentes no Brasil.
Além de cumprir metas, cabe à educação abraçar um currículo plural, antirracista, inclusivo, que valorize os direitos humanos em todo o seu processo.
A responsabilidade dessa transformação precisa ser coletiva. Depende de políticas públicas, esforços e consciência dos professores, das escolas e de toda a sociedade.
Essas foram as principais conclusões dos participantes da primeira mesa do 5º Fórum Internacional de Educadores 2024. Outro ponto de convergência foi a urgência de ações que resgatem a humanidade diante da barbárie presente no cotidiano brasileiro.
Participaram dessa mesa
Benilda Brito, mestre em Gestão Social, ativista pela educação da Rede Malala Fund e N´Zinga Coletivo de Mulheres Negras (MG), participante da Plataforma de direitos humanos (DHESCA), da Griô da Múcua Consultoria e Assessoria Interdisciplinar e do conselho deliberativo Ethos.
Rosane Borges, jornalista, professora, escritora e palestrante nas áreas de comunicação e educação, relações raciais e de gênero. É também articulista da Revista Istoé, do Site do Itaú e consultora de fonte especializada da TV Globo.
Selma Rocha, doutora em educação, diretora de Articulação com os Sistemas Nacionais de Ensino, Planos Decenais e Valorização dos Profissionais da Educação do MEC, ex-secretária municipal da educação em Santo André.
Mediação
Darlan Oliveira Rocha, bacharel em direito, doutor e mestre em Educação, Arte e História da Cultura, especialista em Gestão Avançada de Recursos Humanos. É diretor do Senac São Bernado do Campo.
Necessidade de um currículo plural e antirracista
Para Benilda Brito, os diretos humanos são precarizados e voltados apenas para uma fatia privilegiada da sociedade. Ela defendeu na sua fala a necessidade de se romper com ¿a educação colonial eurocêntrica branca e racista, que expulsa crianças da escola.
Ainda acredita que a garantia dos direitos humanos só ocorrerá quando o currículo for mais plural, que aborde mais as culturas e histórias. E que também sejam incorporados valores como a ancestralidade, a circularidade e a ludicidade na prática pedagógica.
Enfatiza em forma de questionamento, como a democracia pode combinar com o racismo, que não vê o próximo como semelhante?
Educação para além das metas
Rosane Borges trouxe as reflexões do sociólogo e comunicólogo Muniz Sodré, para criticar a redução brasileira a "bater metas". Ter somente esse foco deixa de lado o debate fundamental sobre o real objetivo da educação.
A escola deve favorecer a cooperação, a liberdade de opinião, o respeito à pluralidade de ideias e o combate a todas as formas de preconceito e crimes como o racismo.
Do ponto de vista da jornalista, não existe educação sem direitos humanos para todos. Ela citou a Declaração Universal dos Direitos Humanos para enfatizar sua reflexão: os direitos humanos começam com todos ou ninguém, sem exceções.
Políticas para além das escolas
A Constituição de 1988 foi lembrada por Selma Rocha ao estabelecer o Brasil como um estado democrático de direito fundamentado na dignidade humana. Uma determinação que está relacionada ao período de ditadura e de tradições históricas de exclusão, de promoção ao racismo e à exploração da mulher.
Embora os direitos humanos não sejam estáveis, foram tema de muita luta social. Selma enfatiza, ainda, que a construção de políticas eficazes não depende apenas da escola e do professor.
Os conflitos exigem providência institucional e políticas eficazes. Selma destacou, por exemplo, que os Planos Nacionais de Educação são referências importantes, embora não resolvam tudo.
Quer saber mais sobre o tema?
Aproveite e acesse o conteúdo completo da primeira mesa do 5º Fórum Internacional Senac de Educadores 2024.
Fórum Internacional Senac de Educadores
Com edições anuais, o evento é um convite para profissionais da educação participarem de debates e rodas de conversa temáticas para refletir sobre o universo da educação.
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